Alberto
O hospital da Clínica Portuguesa era um templo de mármore, vidro temperado e silêncio absoluto. As paredes reluziam em tons suaves de creme e pérola, o chão polido refletia as luzes embutidas no teto alto, e o aroma sutil de lavanda medicinal se espalhava pelo ar filtrado, abafando o cheiro típico de antisséptico.
Era um lugar onde a dor se disfarçava de conforto e o desespero era embrulhado em lençóis de linho egípcio.
Alberto saiu do quarto com passos firmes, os dedos ainda com a leve umidade do rosto de Samanta, que havia acariciado minutos antes. Ela precisava fazer testes glicêmicos. O Dr. Pires, sempre metódico, queria garantir que nada mais estivesse em desequilíbrio além da pressão que despencou com brutalidade horas antes.
Aquela mulher... sua mulher... parecia feita de cristal e aço ao mesmo tempo. E agora, carregava dentro dela uma bebezinha que o fazia respirar diferente.
A sala de espera da ala privativa era ampla, adornada com obras de arte abstratas, sofás de cou