Olá meninas... O que estão achando dos capítulos? Confesso que vibrei com o fim de Gabriel, assim como vocês. Mais tarde tem mais capítulos! bjinhos
Joaquim BastosJoaquim se sentou na velha poltrona de couro, que já conhecia o formato de suas costas. A xícara de café esfumaçava em suas mãos calejadas, aquecendo seus dedos firmes, acostumados com a enxada e o cabo da pá. A brisa suave do interior invadia a casa pelas janelas abertas, misturando o cheiro das roseiras com o aroma de frango assado, batatas douradas e feijão com toucinho que fervia na panela de ferro sobre o fogão. Era sexta-feira. Samanta havia ligado dois dias antes, avisando que viria para o fim de semana. Mas não viria sozinha.Ela disse o nome com entusiasmo, como se estivesse falando de uma estrela de cinema ou de um milagre divino. Alberto Darius.Joaquim franziu a testa ao lembrar da conversa. Tinha reconhecido o nome. O tal ricaço da cidade grande. Empresário, herdeiro, e, se os jornais estivessem certos, metido em negócios mais complicados que política de sindicato. Mas o que mais doía não era o sobrenome, era a certeza de que sua filha estava envolvida, d
SamO céu já escurecia quando Samanta e Alberto chegaram ao apartamento dele. A brisa leve da noite trazia um ar tranquilo, em contraste com os pensamentos densos que borbulhavam na mente dela. Assim que entraram, a familiaridade daquele lugar a envolveu. Não era sua casa, mas de certa forma, sempre pareceu ser devido a presença de Beto. Porque tudo que envolvia Alberto tinha um pedaço dela.Ele tirou o blazer com um gesto automático e afrouxou a gravata, enquanto ela caminhava até o closet com um sorriso brincando nos lábios.— Eu ainda acho um absurdo você ter mais roupas do que eu — ela comentou, puxando a porta do armário embutido. — Olha só pra isso! Você tem oito ternos italianos que nem usou ainda.— Precaução. Nunca se sabe quando vão querer me enterrar em reuniões consecutivas, ou viagens de negócios com eventos desgastantes. — respondeu ele, aproximando-se por trás, tocando sua cintura com uma naturalidade protetora.Eles começaram a reunir algumas roupas para levar para a
AlbertoO sol escorria pelas nuvens como fios de ouro naquela manhã calma, e o céu limpo pintava São Paulo com uma cor quase irreal. Alberto dirigia com uma mão no volante e a outra repousando suavemente sobre a coxa de Samanta. O caminho era tranquilo, mas dentro dele, os pensamentos fervilhavam como caldeirão em ebulição.Ela sorria. A cada esquina, apontava algo, fazia uma observação espirituosa, ou simplesmente ria de um pensamento qualquer que surgia. Sam era assim. Capaz de clarear até mesmo os recantos mais sombrios da mente dele. E por isso, ele a amava de um jeito que doía.— A primeira casa é no Jardim Europa — disse ele, reduzindo a velocidade ao entrar na alameda arborizada. — Fica próxima ao Parque do Povo. Você vai amar o jardim.Samanta segurou a respiração quando o portão de ferro se abriu e revelou a fachada branca e clássica da casa. As janelas amplas pareciam sorrir para ela. O jardim era dividido em dois níveis, com hortênsias e azaleias florescendo em abundância.
LauraEla desceu a escadaria do luxuoso salão de beleza com a elegância de quem flutua sobre o chão. Cada espelho do hall refletia sua imagem cuidadosamente esculpida. O cabelo castanho claro milimetricamente escovado, o corte chanel delineando o rosto sem rugas, maquiado com a perfeição que somente os produtos franceses mais caros podiam oferecer. O vestido nude de alfaiataria realçava sua figura esguia sofisticada, como uma moldura de seda sobre porcelana.Seus olhos, no entanto, diziam outra coisa. Por trás do brilho das íris claras, uma astúcia fria se agitava. Laura estava em modo de ataque. Porque se Alberto Darius pensava que poderia afasta-la de sua “filhinha”, ele estava muito enganado.Do lado de fora, o motorista abriu a porta do Audi preto blindado. Ela entrou sem uma palavra, apenas um meneio de cabeça. Seu próximo destino exigia um humor específico. Um humor que ela dominava muito bem e que aprendeu com a melhor, manipulação refinada.Chegando ao edifício executivo do Gr
Ele não respondeu, mas não precisou. O silêncio disse mais que qualquer palavra. Guilherme nem mesmo se irritou pela invasão de privacidade as suas redes sociais.Laura se levantou, caminhou devagar até a janela, cruzando os braços com teatralidade calculada.— Eu não quero que ela sofra. Não quero que esse homem destrua o minha amiga, ela precisa se libertar das garras daquele canalha. Samanta precisa de alguém que se importe de verdade com ela. Alguém que lute por ela.— E você quer que eu lute por ela? – Guilherme a observou atentamente. – Por que?— Por que eu quero salva-la. Quero que você a resgate. Que a lembre de quem ela era antes desse relacionamento tóxico. Ela precisa de um porto seguro. E esse homem... não é Alberto Darius. Ele esconde coisas e a controla com mentiras.— Por que você se importa? — a voz dele soou séria, firme.Laura se virou com um sorriso triste.— Porque eu... devo muito a ela, Sam é minha amiga, e ela se doou muito por mim. Tudo o que eu quero é retrib
Samanta Samanta Bastos é uma jovem publicitária de vinte e oito anos romântica e sonhadora, que desde criança sonhava com um casamento de princesa, uma família grande cercada de carinho; almoços de domingo recheados de risadas e feriados barulhentos e alegres. No entanto, o silêncio que a recebia nesse momento ao entrar em casa, era a sua triste realidade. Sam depositou as chaves do carro no aparador da sala e rumou para a cozinha em busca de uma garrafa de vinho. No caminho suas roupas sujas de terra ficaram largadas no chão. O barulho da rolha saindo do gargalo da garrafa se propagou pela cozinha silenciosa. Ela levou a garrafa a boca e se sentou no chão somente de calcinha e sutiã. Seus pensamentos bagunçados se alinharam em uma única pergunta. Como foi que chegou a esse ponto? A lembrança ainda queimava dentro dela, tão vívida e cruel como se estivesse acontecendo novamente. Flashback on Com o rosto banhado de lágrimas, Samanta viu Alberto Darius, o homem que durant
AlbertoOs olhos glaciais acompanharam as pessoas se dispersando. Samanta foi embora totalmente descompensada depois do que viu. Ela não devia ter feito aquilo.Seus punhos cerrados eram a prova de que seu auto controle estava por um fio. O esforço que teve que fazer para não agarrar aquela mulher e levá-la para o seu apartamento para lhe ensinar uma boa lição, era simplesmente sobre-humano.Alberto voltou para o anexo, e fechou a porta com uma pancada que reverberou por toda a estrutura de pedra.- Você disse que ela não viria aqui. – Catarina resmungou, virando a cabeça para o lado. – Por que ela tinha que aparecer?!- Isso também é culpa sua! INFERNO! – com movimentos rápidos e ágeis ele a desamarrou, libertando a mulher da plataforma em forma de X.- Fique aqui, o Ticiano deve estar chegando. – reuniu seus pertences, rumando de volta para a porta.- Alberto... eu juro que sinto muito... - Catarina disse baixinho.- Nunca mais! Você entendeu?! – ele advertiu, com um olhar frio.Sai
Estava na hora de acertar as contas Ícaro.Alberto dirigia como um louco, o motor do carro rugindo como sua própria fúria. O sangue pulsava em suas têmporas, a respiração acelerada e o gosto metálico da raiva na boca. Não havia tempo para pensar, para ponderar. Ícaro, o seu irmão precisava pagar pelo que fez.Ele subiu sem avisar, marchando como um predador para o apartamento de Vitório, seu irmão mais velho. A governanta sequer teve tempo de anunciá-lo antes que ele arrombasse a porta do escritório com um estrondo.Vitório e Ícaro se voltaram abruptamente, interrompendo a análise dos novos projetos para Dallas. O queixo de Ícaro sequer teve tempo de registrar a surpresa antes de receber o primeiro soco. O estalo seco do impacto ecoou pela sala, seguido de um grunhido de dor.Ícaro cambaleou, mas reagiu rápido. Com um golpe certeiro no estômago, fez Alberto dobrar o corpo para frente. Mas a fúria de Alberto era descomunal. Ele se lançou sobre o irmão, socando-lhe o rosto, costelas, om