Adrian
O vento da noite cortava como lâmina. A floresta diante de mim estava coberta por uma névoa prateada que se arrastava pelo chão como um animal adormecido. As folhas refletiam o brilho da lua cheia, e tudo parecia pulsar sob sua luz — viva, inquieta, à beira do caos.
A energia no ar era familiar. Era o mesmo chamado que antecede uma caçada… ou uma guerra.
Respirei fundo, o cheiro de terra úmida e sangue distante me invadindo como uma lembrança antiga. A fera em mim se moveu — impaciente, faminta — mas ainda sob controle.
— Fiquem atentos — murmurou Cael, atrás de mim. — Eles podem estar próximos.
Assenti sem olhar. Meus olhos estavam no céu, naquela lua que parecia me reconhecer. A luz prateada me envolvia, e por um instante, tive a estranha sensação de que eu era parte dela. Selvagem. Eterno. Uma extensão da própria noite.
Ouvi os passos de Maeve logo atrás. O som era pequeno, mas constante, como o bater de um coração contido. Eu podia sentir o medo dela — quente, vibrante — e