Adrian
O vento da madrugada cortava como lâminas quando deixei a cabana de Daren.
Cada passo que me afastava de Elara parecia arrancar um pedaço do meu peito.
Ela ainda estava lá dentro, provavelmente sentindo o colar pulsar em seu pescoço, como um coração que não era só dela.
E eu a estava deixando.
Mas precisava.
Precisava da minha aldeia, dos anciões, do Livro Negro… precisava de respostas que Daren não tinha coragem de dar.
A lua ainda estava alta quando alcancei a trilha que descia pela encosta. A floresta me recebeu com seu silêncio úmido, e a cada passo eu sentia a fera dentro de mim rosnar, inquieta, como se soubesse que eu a estava arrastando para longe daquilo que ela mais queria: a nossa Luna.
Elara.
Quando atravessei os portões da aldeia, o amanhecer tingia o horizonte em tons de cinza e vermelho. Alguns guerreiros me lançaram olhares curiosos, mas não ousaram me deter. Eu caminhava como quem carrega um segredo perigoso demais para ser interrompido.
Foi Cael quem me en