Adrian
A vila se desenhava diante de mim, simples e silenciosa, como sempre fora. Telhados de palha, paredes de barro, fumaça subindo de uma ou outra chaminé, o cheiro do pão fresco que se espalhava pelo ar. Eu já tinha passado por aquele lugar inúmeras vezes, às vezes apenas de passagem, outras observando de longe. Mas nunca foi como agora. Nunca com o coração em chamas, nunca com a mente tomada por um único nome.
Elara.
Desde a noite anterior, seu olhar não me deixava em paz. Não os olhos que vi quando ela sorria, nem os que se enchiam de curiosidade quando falava com a amiga. Mas os olhos que me encararam quando a fera dentro de mim se mostrou. Aqueles olhos de puro pânico. O medo que vi neles me dilacerava mais do que qualquer garra, mais do que qualquer luta.
Eu era forte, mais forte do que qualquer homem comum. Mas diante dela… diante do terror dela… eu me sentia fraco.
Eu precisava explicar. Precisava que ela entendesse. Eu não era um monstro como ela acreditava. Eu não era uma