As mãos dela estavam tensas sob o meu toque. Eu podia sentir cada músculo retesado, cada tentativa de escapar. Mas o que me mantinha firme não era a força do meu braço, e sim a certeza no fundo do peito de que aquele instante não podia passar em branco.
Elara precisava ouvir.
— Elara… — murmurei novamente, desta vez mais baixo, como se seu nome fosse uma prece. — Olhe para mim.
Ela hesitou. Vi seus lábios se entreabrirem, talvez para gritar, talvez para implorar que eu a soltasse. Mas então seus olhos encontraram os meus. Por um momento, tudo ao redor desapareceu. O bosque, o vento, o silêncio da aldeia… só existia ela e eu.
E naquele instante, senti o vínculo pulsar com força dentro de mim, como se meu coração batesse em uníssono com o dela.
— Eu não vou te machucar — repeti, cada palavra carregada de verdade. — Nunca.
Ela respirava rápido, o peito arfando como se tivesse corrido por horas. Seus olhos ainda estavam arregalados, mas havia algo diferente neles agora. O pânico começava