Maya, uma ômega fraca, passou a vida sendo intimidada e ignorada por sua matilha. No dia da coroação do novo Alfa, ela percebeu que era a companheira do Alfa. Esperançosa de que seu sofrimento tivesse chegado ao fim, ela não estava preparada para o que aconteceria em seguida. O Alfa Zane a rejeitou em público... e escolheu sua irmã. Devastada e humilhada, Maya fugiu para a floresta, onde a morte quase a levou, até ser salva pelo implacável Alfa Supremo, um homem que ninguém ousava contrariar. Por razões que ela não consegue entender, ele se interessa por ela. A Deusa da Lua tem seus planos. Ela abençoa Maya com um segundo lobo, transformando-a na lobisomem mais poderosa que já existiu. Agora Zane está se afogando em arrependimento, especialmente depois que a vidente revela sua punição: ele nunca terá um herdeiro por rejeitar o Escolhido. Mas quando ele jura fazer as pazes, a questão permanece: Maya perdoará o companheiro que a quebrou... ou ficará com o homem que a ajudou a descobrir sua verdadeira força?
Ler maisHoje era o dia. O dia em que Zane, o herdeiro, seria coroado Alfa da Alcateia da Lua de Sangue, após a morte de seu pai. Era também o dia em que ele provavelmente encontraria sua companheira. Um arrepio percorreu a espinha de Maya, uma mistura de medo e resignação.
Maya era uma ômega fraca, a mais desprezada da alcateia. Como filha do beta, ela carregava um fardo duplo: a vergonha de seu baixo status e a pressão para defender a honra de sua família. Ela sempre evitava reuniões, preferindo a solidão da floresta aos olhares críticos dos membros da alcateia.
Mas hoje era diferente. Todos eram obrigados a estar presentes. A coroação era um evento sagrado, uma demonstração de união e força. Não havia como escapar.
"Maya, compareça à cerimônia e não nos desonre", instruiu seu pai, com a voz severa e desprovida de calor. Ele não a encarou enquanto falava, preocupado com seus deveres.
Maya assentiu silenciosamente, com o coração apertado. Como poderia não desonrá-los? Ela era uma ômega, fraca e insignificante. Sua mera presença era um constrangimento.
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Enquanto caminhava para a cerimônia, não conseguia se livrar da sensação de desgraça iminente. E se Zane fosse seu companheiro? Ele a rejeitaria na frente de toda a matilha? O pensamento a perfurou com uma onda de náusea, fazendo-a hesitar.
A mente de Maya ecoava com pensamentos amargos. "Você está delirando, e talvez até a Deusa da Lua seja por te enfraquecer." Ela zombou de si mesma, as palavras com gosto ácido em sua língua. Forçou uma risada sombria, mas a voz ficou presa na garganta. Lana choramingou em sua cabeça, sentindo a dor por trás das palavras de Maya.
Ela continuou caminhando distraidamente até chegar ao salão Alfa e encontrar uma grande multidão lá. Ela deu um suspiro de alívio, grata por ninguém a notar o suficiente para intimidá-la.
Logo, um alvoroço irrompeu, anunciando a entrada do novo Alfa. Todos se levantaram para prestar homenagem, mas Maya estava inquieta. Ela sentia um leve aroma delicioso que a atraía contra sua vontade. Quanto mais próximo o aroma, maior a atração. Ela começou a correr em direção à frente e ouviu um rosnado alto também. Foi então que percebeu que o Alfa também corria em sua direção.
Seu coração saltou de esperança, mas nada a preparou para o que viria a seguir.
Zane parou na frente dela. Ela esperava que ele a envolvesse em um abraço caloroso e a reivindicasse ali na frente da matilha e acabasse com seu sofrimento, mas isso estava longe de ser o caso.
"Eu, Zane, o Alfa da Alcateia da Lua de Sangue, por meio deste, rejeito você, Maya, como minha companheira", disse ele, arrancando um suspiro dos membros da alcateia.
Maya segurou o peito, ofegante. "Eu nunca soube que rejeição doía tanto", pensou. Ela olhou nos olhos dele, esperando que ele retirasse sua palavra, mas nada disso aconteceu. Em vez disso, ele agarrou seu pescoço.
"Eu ordeno que você aceite a rejeição, Amaya", disse ele, chamando-a pelo nome completo.
"Eu... eu aceito a rejeição", disse Maya, com lágrimas brilhando nos olhos e a voz trêmula. Ele a soltou bruscamente, afastando-se sem olhar.
Ele voltou ao pódio e começou a se dirigir à multidão como se nada tivesse acontecido. Maya não conseguia levantar a cabeça. Sentou-se no chão, com a cabeça baixa, e as lágrimas escorriam como uma torrente.
"Pessoal, tenho um anúncio a fazer", disse Zane, fazendo-a levantar a cabeça bruscamente. Ele podia sentir o olhar ardente dela, mas não se mexeu.
"Zara é minha noiva e sua futura Luna", disse ele, estendendo as mãos para Zara. Ela as pegou, subindo no pódio. "Prestem um pouco de respeito a ela", acrescentou, e todos os membros rosnaram em uníssono.
Ele escolheu minha irmã em vez de mim porque ela é a fêmea mais forte do bando, Maya murmurou com uma sensação de vazio.
Ela se levantou, correndo para fora do lugar sem destino em mente, permitindo que Lana assumisse o controle.
O vento frio da noite uivava suavemente quando Maya estendeu a mão para fora. A lua estava no meio do céu, como uma garantia da Deusa da Lua de que tudo ficaria bem, mas Maya não tinha tempo para prestar atenção nisso.
Lana estava no controle, então continuou correndo. Ela não sabia quando cruzou o território da matilha. O som de rosnados guturais a fez parar. Ela se virou e viu um lobo enorme, e seu coração disparou. Ela estava se preparando para lutar, jurando morrer lutando, mas mais seis lobos saíram do mato rosnando.
Pela aparência deles, ela percebeu que eram vilões. O líder tinha uma cicatriz assustadora abaixo do olho esquerdo, fazendo-a se encolher de medo.
"Ei, bonitinha", disse o líder. Mas Maya não conseguiu responder.
Ele começou a vir em sua direção, e ela também estava se movendo para trás.
"Fique calma e vamos nos divertir, senão eu vou te forçar", disse ele com um rosnado de advertência.
"Ela parece tão delicada", outro gorjeou, e outros riram em deboche.
"Fiquem longe de mim, pessoal", gritou Maya, com lágrimas escorrendo pelo rosto e a voz rouca.
"Você escolheu o caminho mais difícil, garota", disse o líder, e Maya começou a correr. Ela preferia morrer a permitir que aqueles bandidos a contaminassem.
Suas pernas vacilavam, suas forças estavam se esgotando e os bandidos já estavam se aproximando. Ela podia ouvir os grunhidos. Pegou um grande pedaço de madeira e o arremessou na direção deles. Atingiu um deles, e um uivo alto escapou de seus lábios enquanto ele caía, grunhindo. Ele não conseguia continuar, então permaneceu deitado no chão.
Maya continuou olhando para trás enquanto corria. Ela não conseguia ver o pedaço de madeira no chão. Tropeçou nele e caiu. Seu dedo do pé ardia, ela sentia a ardência no cérebro e não conseguia se levantar.
"Se hoje é o dia em que estou destinada a morrer, que assim seja", disse ela, fechando os olhos, aguardando a morte.
Ela podia ouvir os passos deles se aproximando e seu coração batia forte no ritmo deles.
"Eu avisei para me deixar fazer isso do jeito fácil, mas você está se mostrando teimosa", disse ele em um tom ameaçador.
Maya ficou imóvel, sem se mover.
"Não só eu a terei, como meus parceiros a terão. Depois que terminarmos com você, eu mesmo a matarei", disse ele, fazendo Maya estremecer.
Ele agarrou a bainha do vestido dela, tentando rasgá-lo, mas Maya também o segurou, recusando-se a soltá-lo. Com raiva, ele cravou os dentes em seu colo.
"Arrgggghhh!" ela gritou com toda a força dos pulmões em agonia.
"Deusa da Lua, salve-me desta vez, por favor", implorou ela, olhando para a lua.
Um rosnado alto ecoou, sacudindo a floresta, e um enorme e belo lobo branco invadiu o local com fúria em seus olhos esmeralda. Quatro outros lobos estavam atrás dele. Eram bonitos também, mas não como o branco. Ele parecia único.
Ele investiu contra o líder rebelde, rasgando seus membros com os dentes. Os outros lobos encararam os cinco rebeldes restantes, e logo rosnados e o ranger de dentes contra a pele preencheram o ar. Os olhos de Maya estavam arregalados, observando tudo.
Dois rebeldes caíram mortos, enquanto os outros fugiram ao sentir que não eram páreo para os lobos. O líder rebelde jazia imóvel no chão, com os olhos congelados pela morte.
O lobo branco assumiu sua forma humana e seu parceiro lhe entregou algumas roupas para vestir.
Ele caminhou apressadamente até Maya. "Ei, você está bem? Parece que você perdeu muito sangue", disse ele, com preocupação estampada no rosto. Ele rasgou a camisa, amarrando o local sangrando com ela.
Maya encarou o homem enorme e bonito e ficou grata por sua ajuda.
"Você é o irmão da Deusa da Lua? Por favor, diga à sua irmã que ela não foi justa comigo", disse Maya suavemente antes que tudo escurecesse.
A manhã chegou e Maya acordou ao ver Jenna já vestida.— Bom dia, querida! Você não podia me acordar? — perguntou Maya, fazendo um beicinho brincalhão.— Eu não quis te incomodar, mas você sabe que eu nunca sairia sem você — respondeu Jenna com um tom carinhoso, fazendo Maya sorrir.— Eu sei. Espera só eu tomar um banho — disse ela, correndo para o banheiro, e Jenna soltou uma risadinha.Depois do banho, Maya se vestiu às pressas e as duas seguiram juntas para a cozinha, conversando animadamente pelo caminho.Assim que chegaram, o som das panelas e o aroma delicioso das comidas as envolveram. Mas Maya percebeu que a quantidade de ingredientes havia triplicado.— Bom dia, pessoal — disseram em coro.— Bem-vindas, meninas — responderam as outras.— Qual é a ocasião? Estou vendo muita comida por aqui — perguntou Maya, curiosa.— Quer dizer que você não sabe? — perguntou Sofia, arqueando uma sobrancelha.— Não sei o quê? — Maya respondeu, confusa.— Estamos nos preparando para a Reunião d
Priscilla chegou à cozinha e, furiosa, jogou a bandeja sobre o armário, fazendo os empregados se encolherem.— Podem comer, ele se recusou a comer — disse ela, e a governanta soltou um suspiro de alívio. Sem olhar para trás, Priscilla saiu em direção aos seus aposentos. As garotas correram para pegar a comida, mas foram interrompidas pela governanta.— Ninguém toca nessa comida — ela ordenou, num tom que não deixava espaço para discussão.Mesmo resmungando baixo, as garotas obedeceram.— Vão todas para os seus quartos, já está tarde — ela completou, e as jovens saíram apressadas.Sozinha, a governanta jogou a comida no lixo.“Deusa, obrigada por fazer o Alfa não comer isso”, agradeceu em silêncio.Ela limpou a bagunça da cozinha, trancou o local e foi para seus aposentos.De volta ao jardim, a garota lentamente removeu o véu e os olhos de Maya se arregalaram ao ver uma versão feminina de Kane.— Quem… quem é você? E por que é a cópia exata do nosso Alfa? — perguntou Maya.A mulher não
Maya entrou, e Prisca recuou, seu equilíbrio abalado.“Minha Senhora, trouxe sua flor,” anunciou Maya, segurando-a para Prisca. Os olhos de Prisca se arregalaram em descrença.Kane se voltou para Prisca, o olhar penetrante. Ele não precisava dizer uma palavra; a mensagem estava clara.“Alfa… eu posso explicar,” gaguejou Prisca, desesperada para justificar a situação, mas Kane a silenciou com a mão erguida.Como isso pode estar acontecendo? Sempre suspeitei que essa garota fosse uma bruxa. Como ela pode estar viva? Prisca pensou, sua mente correndo.“Com licença,” disse Kane a Jenna e Gavin. “Prisca, falarei com você depois.” Jenna e Gavin se curvaram e saíram rapidamente da sala.Prisca hesitou, o coração batendo forte, antes de se virar para sair.“Leve sua comida com você,” acrescentou Kane, o tom não deixando espaço para discussão.O coração de Prisca se partiu. Meus planos falharam novamente, pensou, lutando contra as lágrimas. Compondo-se, caminhou lentamente até a mesa e pegou a
Prisca dirigiu-se aos aposentos do Alfa, uma bandeja orgulhosamente equilibrada em suas mãos. O guarda se afastou sem questionar; ela era uma face familiar ali.Dentro, Kane estava reclinado no sofá, o peito nu à mostra, fazendo sua garganta secar.Faz um mês que ele não me toca… se ele comer esta comida, talvez faça amor comigo novamente. Aí eu o prenderei com uma gravidez. Deusa, por favor, ela rezou silenciosamente.“Bom dia, Alfa,” cumprimentou, exibindo um sorriso que poderia iluminar toda a sala.“Prisca?” Sua sobrancelha se ergueu. “O que você está fazendo com uma bandeja nas mãos?”“Meu Deus, ele é tão sexy,” murmurou Prisca, mordendo o lábio.“Prisca?” A voz dele cortou seu devaneio.“Sim, Alfa. Eu… preparei comida para nós,” mentiu suavemente.“Existem inúmeras criadas para esse trabalho. Por que você faria isso?” Seu cenho se aprofundou.Será que isso significa que ele ainda se importa comigo? pensou desesperadamente. Se não fosse por aquele omega imundo, já estaríamos casa
Nos aposentos, Jenna andava de um lado para o outro, a preocupação estampada no rosto.Desde que Maya saíra com a Minha Senhora, não havia sinal dela; o silêncio era inquietante.Onde diabos ela está? Os pensamentos de Jenna corriam enquanto ela torcia as mãos até que sangrassem. E se algo tivesse acontecido?E nós não temos permissão para entrar em nenhum aposento, a menos que sejamos chamadas.Com quem eu pergunto? Ela está bem? Pensamentos diferentes se atropelavam em sua mente, e ela roeu as unhas com dor até que sangrassem. Suspira e sai para fora.Momentos depois, as outras criadas voltaram à cozinha, conversando baixinho, apenas para congelarem de choque ao verem a chefe das criadas no chão.“Senhora, o que houve?” Uma delas perguntou suavemente, correndo com as outras para ajudá-la a se levantar.“Não se preocupem, estou bem,” respondeu a mulher, embora os lábios tremessem, traindo sua inquietação. Sua mão deslizou discretamente até o bolso do avental, onde já havia escondido
Os dias se transformaram em semanas, e as semanas se estenderam em meses. Maya não via nem ouvia falar de Lady Prisca, e o palácio estava em paz — exceto pelo fato de que o treinamento não era nada fácil.O Beta Gavin era paciente, ensinando-a passo a passo até que ela conseguisse manusear arcos e flechas com facilidade. Seus disparos agora eram mais precisos. Mas, infelizmente, ela ainda não conseguira se transformar, e isso a atormentava.Maya havia acabado de encerrar o treino do dia e caminhava apressada para tomar um banho quando sentiu um olhar sobre si. Ela se virou e viu Andrew.“Ei, você aí,” acenou com um sorriso, e ele retribuiu com um leve aceno.Onde ele esteve todo esse tempo? Desde que fomos resgatados, não o vi mais, ela pensou, mas forçou-se a continuar andando.Dentro dos aposentos, tirou o vestido, entrou no banheiro e deixou que a água fria lavasse o suor da pele. Depois do banho, escovou o cabelo ainda úmido, vestiu o uniforme e correu para a cozinha. Ao chegar, o
Último capítulo