(POV Elias)
O cheiro de ferro queimado impregnava o ar.
Aquelas paredes não eram simples pedra — eram tecido vivo da Ordem, gravadas com runas que pulsavam como feridas abertas, esperando o momento de explodir contra qualquer um que ousasse quebrar o selo.
Ajoelhei-me diante da marca mais funda. Passei os dedos por cima dela, sentindo a vibração no osso da mão. Não era magia qualquer — era uma corrente, escrita para nunca ceder.
E eu estava prestes a arrebentá-la.
Selene estava logo atrás, inquieta, a respiração curta.
Eu podia sentir. O maldito elo não me dava escolha: cada batida do coração dela ecoava no meu peito, cada tremor na pele dela percorria as minhas veias.
Mas não olhei. Não podia.
Se encarasse aqueles olhos, enfraqueceria.
— Elias… — a voz dela soou baixa, carregada de urgência. — Quanto tempo ainda?
Cerrei os dentes, mantendo o olhar fixo na runa.
— O tempo que a Lua quiser me dar. — resmunguei. — E, se ela não quiser, vamos todos morrer aqui.
A verdade pesou no silênci