Após a morte do pai, Clara não teve escolha. O destino, implacável e misterioso, a arrastou para Willow Creek, uma cidade pacata que escondia segredos ancestrais e um destino sombrio. Sozinha, ela enfrentou a dor e a solidão, até encontrar Ethan, um homem enigmático e selvagem que a atraiu para um turbilhão de paixão e perigo. A atração entre eles foi imediata, visceral, desafiando a lógica e a razão. Clara se entregou ao amor proibido, mergulhando em um relacionamento intenso e arriscado, onde o medo se misturava com um desejo irresistível. A cada encontro, ela desvendava um pouco mais da alma complexa de Ethan, descobrindo as cicatrizes e os segredos que o tornavam ainda mais fascinante. Mas a verdade, quando revelada, foi devastadora: Ethan era um lobisomem, e Clara, sem o saber, a predestinada do alfa, a escolhida para um destino que transcendia a própria vontade. O medo se transformou em aceitação, a luta contra o destino em uma entrega irreversível.Clara não escolheu Willow Creek, nem Ethan, nem o sobrenatural que os unia. Ela foi arrastada por um destino inelutável, um chamado antigo que a transformaria para sempre, selando seu laço com o alfa em um amor proibido, selvagem e eterno.
Ler maisO vento uivava como um lobo faminto, chicoteando as folhas secas contra as janelas da casa antiga. Apertei o cobertor ao redor do corpo, tentando ignorar o frio que se infiltrava pelas frestas da madeira. Era a primeira noite em Willow Creek, e a solidão da casa vazia pesava sobre mim como uma névoa densa.
A morte do meu pai, repentina e inesperada, havia me arrancado de minha vida movimentada em Nova York e me jogado nesse vilarejo isolado,longe de tudo. A casa, herdada do meu avô, era um relicário de memórias, com móveis de madeira escura e um cheiro de poeira e pinho. Me sentia um fantasma nesse lugar, uma sombra perdida em meio a lembranças alheias. Mudei para Willow Creek buscando paz, um refúgio da frenética Nova York. A morte recente do meu pai me deixara fragilizada, e a pequena cidade, com seu ritmo lento e moradores acolhedores, parecia o lugar ideal para recomeçar. Mas a tranquilidade era enganosa. Um véu de mistério pairava sobre Willow Creek, um segredo sussurrado ao vento. Na manhã seguinte conheci a loja de antiguidades de Sarah, uma moradora local , de olhos amendoados e cabelos castanhos, ela cheirava a biscoitos de mel que aliás ela me deu alguns acompanhado de chá. Conversamos por horas, e ela me contou sobre a rica história de Willow Creek, repleta de lendas e segredos. Ela me disse que Willow Creek era um lugar especial, cheio de beleza e magia. E eu, cética inicialmente, comecei a acreditar nela. Cansada de minha costumeira rotina decidi explorar a cidade. O ar fresco da montanha picou minhas narinas, e o sol da manhã banhava as casas de madeira em uma luz dourada. A única rua principal era um labirinto de lojas e cafés, com um ritmo lento e calmo que me deixava inquieta, mudei de direção me dirigindo a floresta , com a expectativa que um pouco de verde mudasse meu humor. Enquanto caminhava pela floresta próxima, sentir um olhar penetrante em minhas costas. Parei respirando fundo, mas não vi ninguém. O cheiro de pinho e terra úmida era forte, mas algo mais intenso pairava no ar, um cheiro selvagem e inebriante. De repente, um galho se quebrou atrás de mim , me virei , o coração batendo forte no peito. Um homem moreno alto e musculoso surgiu entre as árvores, com olhos escuros e penetrantes que pareciam ler meus pensamentos. Ele usava uma jaqueta de couro surrada e botas pesadas, e um sorriso misterioso se formou em seus lábios. __"Perdida, moça?" A voz dele era rouca e profunda, como um trovão distante. Sentir um arrepio percorrer minha espinha. __ "Não, apenas explorando." falei tentando parecer confiante, mas a minha voz saiu tremida. ___"Esta floresta tem muitos segredos," ele disse, aproximando-se de mim . "Mas cuidado com o que você encontra." Sentir um calafrio percorrer meu corpo. O olhar dele era intenso, como se ele pudesse ver através de mim. Me sentir presa, incapaz de me mover, era como se eu fosse uma gazela e aquele homen uma onça,se preparando para o ataque. __"Eu... eu preciso ir." gaguejei , dando um passo para trás. __"Não tenha medo," ele disse, com um sorriso que não chegava aos seus olhos. "Eu estou aqui para te proteger." Não conseguia entender o que sentia. Medo? Atração? Aquele homem misterioso me fascinava e me assustava ao mesmo tempo. _"Quem é você?" perguntei, minha voz quase inaudível. Ele se inclinou para perto, seu hálito quente em meu rosto. __Chame-me de Ethan." E com um último olhar penetrante, ele se virou e desapareceu entre as árvores, me deixando sozinha com o cheiro de pinho e o eco de seu sorriso misterioso. Fiquei parada por um instante, observando o ponto onde ele havia sumido. O sol da tarde começava a se pôr, tingindo o céu de tons alaranjados e roxos, mas a floresta permanecia escura e ameaçadora. Sentia um frio estranho percorrer meu corpo, um misto de medo e excitação. Ethan era um enigma, um homem que me fascinava e me assustava ao mesmo tempo. Voltei para a casa, meus passos pesados e hesitantes. A solidão da casa antiga parecia mais opressiva do que antes. Acendi a lareira, tentando espantar o frio que se instalara em meus ossos. Mas o cheiro de pinho e terra úmida ainda pairava no ar, e a imagem de Ethan, com seus olhos escuros e penetrantes, não saía de minha mente. Nos dias seguintes, tentei me concentrar em minha nova vida em Willow Creek. Explorei a cidade, conheci os moradores locais e até mesmo me matriculei em um curso de cerâmica na única escola da região. Mas a lembrança de Ethan me perseguia como um fantasma. Me vi procurando ele na floresta, esperando encontrá-lo novamente, mas ele parecia ter evaporado. Uma noite, enquanto caminhava pela rua principal, vi Ethan sentado em um bar, com um grupo de homens que pareciam tão sombrios quanto ele. Hesitei por um instante, pensando em me aproximar, mas a timidez me venceu. Me virei e voltei para casa, com o coração batendo forte no peito. A partir daquele dia, passei a observar Ethan de longe. Eu via ele no bar, na floresta, e até mesmo na igreja, onde ele parecia tão estranho quanto um lobo em um rebanho de ovelhas. Tentava decifrar seus mistérios, mas ele permanecia um enigma, um homem que parecia pertencer a outro mundo. Não sabia se devia me aproximar dele, se devia confiar nele. Mas uma coisa era certa: não conseguia tirar Ethan de minha mente. Ele me fascinava como um fogo que me atraía e me amedrontava ao mesmo tempo. Uma noite, enquanto a lua cheia iluminava a floresta com uma luz prateada, decidi que não podia mais viver na incerteza. Eu precisava confrontar Ethan, descobrir quem ele realmente era e por que exercia tanto poder sobre meus pensamentos. Vesti um casaco grosso e saí de casa, determinada. Caminhei até o bar onde sabia que ele costumava estar. Ao entrar, meus olhos rapidamente encontraram Ethan, sentado sozinho em um canto, com um copo de uísque na mão.A vermelhidão sinistra que dominava o céu há dias se dissipou num instante. A lua, antes uma fúria escarlate, tornou-se nova, banhando tudo numa luz inesperada. A claridade penetrou pelas frestas da janela da cabana, iluminando os rostos atônitos dos bebês e anciãos. O que acontecera?Saímos da cabana, os olhos fixos na clareira. A cena era surreal. Os lobos, antes em luta feroz, em suas formas animalescas, agora estavam ali, em suas formas humanas, vivos. Todos aqueles que tinham morrido no confronto, estavam vivos novamente. Incrédulos, corremos de volta à aldeia. E lá, a mesma visão: todos os aldeões, em suas formas humanas.Meu coração batia forte no peito enquanto eu corria para a velha gruta. Lá, estavam os lobos que não conseguiam se destransformar, as feras que eu acreditava serem definitivas. Abri o portão, e a surpresa me atingiu com força. Todos estavam em forma humana. Meu irmão, Laian, preso na gruta desde criança, agora um homem, estava ali, me olhando com lágrimas
Era noite quando a matilha chegou, completa, posicionando-se diante da cabana com tochas acesas. Um deles gritou: "Saiam daí, ou entraremos!". Saí e os encarei: __"O que querem?". A resposta foi implacável: __"Entregue a jovem grávida, ou todos pagarão!". Disse:__ "Não, não a entregarei. Não haverá sacrifício de sangue!". Mas insistiram: __"Ela é nossa única chance de salvação, e faremos o necessário. Entregue-a, ou arrombaremos a cabana e acabaremos com vocês!". Respondi: "__Não a entregarei. Façam o que quiserem, estou pronto para lutar!".Voltei para a cabana e avisei minha mãe, Sara e Clara para se prepararem. Eu tentaria segurar a matilha o máximo possível, mas se eles entrassem, deveriam fugir imediatamente. Clara, em lágrimas, implorou para ir comigo. Respondi: ___"Não há outra estratégia. A prioridade é salvar vocês e o bebê".Tornei a sair e gritei: "__Venha o primeiro! Venham todos!". Três lobos investiram contra mim. Transformei-me no último segundo. Uivos, mordi
A garganta me queimava, um nó de angústia me sufocava. Respirei fundo, tentando controlar a tremedeira que me percorria. "Aceitam café?", perguntei, a voz saindo quase como um sussurro. Fui até a cozinha, meus passos hesitantes ecoando no silêncio tenso da casa. A bandeja de porcelana, fria sob meus dedos trêmulos, carregava xícaras fumegantes de café recém-feito. Sirvi a todos, mas minha sogra recusou com um gesto seco da mão. __"Café não vai resolver nada...", ela murmurou, a voz carregada de amargura. __"Mamãe, Clara não tem culpa de nada", Ethan interveio, sua voz tensa. __"Ela está prenha! Como não pode ter culpa? Se não tivesse ido para a sua cama ...", a voz de minha sogra cortou o ar como uma lâmina. A raiva explodiu dentro de mim, um vulcão prestes a entrar em erupção. Não resisti. Arremesssei a bandeja contra o chão, o estrondo do impacto quebrando o silêncio opressor. Cacos de porcelana se espalharam, o café quente se derramou, pintando o chão de um marrom escuro e fedor
As horas se arrastavam, pesadas como pedras de chumbo. O relógio da sala parecia zombar da minha angústia, cada tic-tac um martelo golpeando a minha crescente preocupação. Ethan ainda não havia voltado. Sarah, com sua serenidade irritantemente imperturbável, conseguiu me convencer a deitar um pouco. Deitei, mas o sono foi fugaz, preenchido por imagens nebulosas e perturbadoras de Ethan, um sonho que me deixou com um peso insuportável no peito. Acordei sobressaltada, o coração disparado como um pássaro preso em uma gaiola. Corri para a sala, a imagem do sonho ainda viva na minha mente, e lá estava Sarah, espichada no sofá como uma gata preguiçosa. Sacudi-a levemente, a voz rouca de preocupação. — Sarah... Sarah — sussurrei, o nome dele preso na garganta. Ela abriu os olhos, esfregando-os com a mão, o sono ainda grudado em seus cílios. — Que foi, Clara? — perguntou, a voz sonolenta. — Ethan ainda não chegou — respondi, a voz trêmula. — E eu tive um sonho estranho... Sarah sen
O crepúsculo pintava o céu com tons de laranja e vermelho enquanto a tensão na cabana se tornava quase palpável. Ethan, sempre vigilante, mantinha os olhos atentos a qualquer sinal de perigo. Eu, com meu ventre avantajado e pesado, me esforçava para manter a calma, mas a apreensão me corroía por dentro. A espera constante do ataque era um fardo pesado demais.Foi então que Sarah irrompeu na cabana, esbaforida, como se tivesse corrido por quilômetros. O suor escorria pelo seu rosto, os cabelos estavam desgrenhados.— Sarah… — murmurei, meu coração disparando no peito.Ela entrou, sentando-se pesadamente no chão de terra batida. Ethan e eu a cercamos, nossos rostos marcados pela preocupação.— O que veio fazer aqui, Sarah? — perguntou Ethan, sua voz grave e tensa.— Vim buscar proteção… — ela respondeu, ofegante.— Por quê? Eles descobriram que você é uma espiã? — Ethan pressionou, seus olhos escuros e penetrantes.Sarah negou com a cabeça, os olhos arregalados de pavor. — Não. Na ver
Ethan trabalhou incansavelmente. Reforçou as janelas, bloqueou todas as frestas, colocou duas ou três fechaduras pesadas na porta – uma verdadeira fortaleza – e, para minha surpresa, construiu uma espécie de alçapão no chão do nosso quarto, escondido sob um tapete desbotado.__“Se as coisas fugirem do controle, quero que se esconda no alçapão. Só saia quando as coisas se acalmarem.” Sua voz era séria, determinada, mas havia um tremorsutil nela, que eu reconheci como medo.__“E você, Ethan?” A pergunta escapou como um sussurro, meu coração apertado na garganta.__“Estarei lá fora, lutando.” A resposta dele foi curta, firme, mas a firmeza não escondia o medo que eu também sentia.__“Eu não posso te perder, Ethan…” As lágrimas ameaçavam transbordar.__“Eu que não posso te perder, Clara. Desta vez, não permitirei que seja sacrificada. Lutarei até o fim…” Ele me olhou, seus olhos cheios de uma determinação feroz, mas também de um medo profundo e real.__“Ethan…” Um lamento escapou d
Último capítulo