(POV Selene)
O mundo ainda vibrava.
Não só o chão, não só as paredes partidas — mas dentro de mim. O selo pulsava como se tivesse se fundido à própria pedra, latejando em cada veia, queimando em cada batida do coração.
Elias.
Eu senti cada segundo do que ele fez.
A energia dele me atravessou como corrente elétrica, selvagem, crua, sem piedade. Senti o sangue escorrer da palma dele como se fosse meu, a dor de cada fibra queimando. Não havia como separar o que era dele do que era meu.
E, ainda assim, não caí.
Fiquei de pé porque a loba em mim não permitiu que eu dobrasse os joelhos.
Porque parte de mim sabia que, se eu desmoronasse agora, todos nós cairíamos.
Os corredores ainda estavam carregados do cheiro de pedra queimada, ferro em brasa e carne dilacerada. A parede diante de nós tinha cedido, abrindo um caminho por onde escapava o ar frio da madrugada. O mundo lá fora chamava. A liberdade chamava. Mas atrás de nós, o rugido da Ordem ecoava como mar revolto.
E Ivy…
Meus olhos se pren