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Capítulo 95 — Garras Silenciosas

(POV Selene)

Não dormi.

Não porque o corpo não quisesse, mas porque o selo não me deixou.

Cada vez que fechava os olhos, eu via.

O olhar de Ivy preso em correntes.

O sangue escorrendo dos pulsos dela.

O riso dos guardas quando a arrastaram para o fundo da cela como se fosse apenas um pedaço de carne.

Eu não gritara.

Não atacara.

Não tinha feito nada — porque Elias me segurou com as palavras dele, com aquele maldito olhar que me atravessa como lâmina e me cala antes que eu possa reagir.

E ainda assim, dentro de mim, eu uivava.

O amanhecer chegou como um inimigo silencioso, escorrendo pelas frestas de pedra e iluminando a cela em que estávamos. O chão frio ainda tinha cheiro de ferrugem, e minhas mãos estavam marcadas de tanto apertar as grades durante a noite.

Quando me virei, Elias estava sentado, costas apoiadas na parede, olhos fechados como se descansasse. Mas eu sabia que ele não dormia. Caçadores não dormem. Eles apenas fingem.

— Vai ficar aí quieto como se nada tivesse acontecid
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