(POV Selene)
O dia mal havia clareado quando senti o selo latejar de novo. Não era dor comum — era um aviso. O tipo de aviso que me fazia estremecer antes mesmo de abrir os olhos.
Levantei devagar, sentindo o peso dos olhares ao redor. A clareira parecia mais apertada naquela manhã, como se até as árvores tivessem se aproximado para ouvir o que vinha a seguir. O ar estava pesado, úmido, e cada respiração trazia o gosto metálico de algo prestes a acontecer.
Dorian estava de pé, conferindo as armas com disciplina quase ritual. O rosto sério, as mãos firmes, como se cada lâmina polida fosse promessa de proteção.
Ronan afiava a própria espada, os movimentos bruscos e impacientes, como se quisesse cortar o silêncio junto com o fio da lâmina.
Caelan, à sombra, como sempre, observava em silêncio. Ele não precisava se mover para impor presença. Bastava estar ali — quieto, mas impossível de ignorar.
E havia Elias.
O caçador.
A peça que não se encaixava, mas da qual dependíamos para seguir.
Ele