(POV Dorian)
O silêncio depois do ataque das primeiras flechas era mais perigoso do que o som delas. Eu conhecia esse padrão. Caçadores nunca vinham de frente. Eles não eram guerreiros de honra. Caçavam como hienas: mordendo por todos os lados até a presa sangrar o suficiente para tombar sozinha.
O cheiro de pólvora já impregnava a floresta, misturado ao suor e ao medo. Não era o meu medo, nem o de Ronan, nem o de Caelan. Era o dela. Selene respirava rápido, cada vez mais, e o selo no pulso queimava como brasa aberta. O ar ao redor dela parecia tremer, como se o corpo dela fosse um farol chamando a escuridão.
— Fiquem juntos. — rosnei, firme, baixo. Alfa não precisava gritar. A ordem já era lei.
Ronan rangeu os dentes, ainda curvado à frente dela, lâmina em punho, olhos negros varrendo cada sombra. O rosnado baixo vibrava do peito dele para o chão, como trovão abafado. O lobo já batia contra as grades da carne, pedindo para sair, mas eu precisava segurar. Se ele se transformasse cedo