(POV Selene)
O som dos gritos ecoava por toda a mata.
Não eram só gritos de guerra — eram cânticos, palavras cuspidas como maldição. Cada vez que um caçador caía, outros dois surgiam no lugar, mais fanáticos, mais vorazes. O ar estava espesso demais, cheirando a pólvora, sangue e ferro queimado.
Meus punhos latejavam, mas não doíam. Eu batia, golpeava, chutava, e meu corpo parecia não cansar. A cada impacto, o selo queimava mais, pulsando como se tivesse vontade própria.
Mas não era suficiente.
Eles eram muitos.
E nós estávamos cercados.
Olhei para os lados.
Ronan lutava como fera — os olhos negros brilhando com uma intensidade que eu nunca tinha visto. O corpo dele parecia maior, os músculos tensos, as veias saltadas. A lâmina já estava vermelha de sangue, mas ainda assim ele rosnava, insatisfeito, como se aquilo fosse só o prelúdio.
Dorian estava na frente, muralha viva. Ele não recuava um passo, cada golpe dele derrubava dois, mas não bastava. O cerco apertava, e eu via no fogo dos