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Capítulo 113 — O Chamado da Lua

(POV Selene)

A Lua me chamava.

Não com palavras, mas com pulsações — lentas, insistentes, dolorosas.

Cada batida do selo era como o som de um tambor distante, marcando um ritmo que só eu parecia ouvir.

Tentei ignorar.

Tentei dormir.

Mas o corpo não obedecia.

O selo ardia, quente, vivo, e o ar da fenda parecia vibrar no mesmo compasso.

Levantei e saí da cabana.

O vento da montanha era cortante, mas não senti frio.

O calor vinha de dentro, como se o fogo que ardia em mim fosse o mesmo que alimentava a Lua no céu.

Ela estava enorme.

Cheia.

Brilhava como se o mundo inteiro fosse feito de prata líquida.

Mas havia algo errado — um halo avermelhado, uma sombra que a cercava como prenúncio de sangue.

Caminhei até o penhasco onde a pedra ritual se erguia.

Dali se via tudo — o vale, a fenda, as fogueiras morrendo devagar, e o silêncio da matilha dormindo.

Eu não deveria estar ali sozinha.

Mas a Lua não esperava permissão.

Toquei o selo com a ponta dos dedos.

Ele respondeu.

Um lampejo de luz per
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