(POV Selene)
A lua paira alta, um olho pálido vigiando cada passo. O depósito ficou para trás; agora, o campo aberto é a arena.
O frio corta minha pele, mas dentro de mim o calor pulsa, selvagem, esperando para escapar. A noite parece respirar junto comigo, como se a própria terra soubesse que algo está prestes a acontecer.
— Aqui não tem paredes para te segurar — Ronan diz, jogando uma faca curta no chão à minha frente. — Se perder o controle, não tem onde se esconder.
Eu engulo em seco, meus dedos coçando para tocar o cabo da arma.
— Não gosto disso. — Minha voz sai trêmula demais para o que quero demonstrar.
— Não precisa gostar. — Ronan se afasta dois passos, firme, sólido como uma montanha. — Precisa sobreviver.
Dorian está mais atrás, observando em silêncio. A postura dele é tensa, mas ele não interfere. Ainda. A escuridão engole metade do rosto, e, mesmo assim, sinto o peso do olhar dele em cada movimento meu.
— Confie no instinto — Ronan continua. — Sinta a terra. Ouça o que e