(POV Selene)
O uivo ainda ecoa dentro de mim quando Dorian me puxa para mais perto, o corpo dele rígido como pedra. O campo silencioso de repente parece pequeno demais, estreito demais, como se cada sombra escondesse olhos observando.
— Temos que voltar. — A voz dele é baixa, carregada de urgência.
— O que foi isso? — pergunto, a respiração presa no peito.
— Não importa agora. — O olhar dele se fixa no meu, intenso, perigoso. — Só não se afasta de mim.
Eu devia obedecer, devia apenas correr ao lado dele, mas minhas pernas travam. O calor ainda pulsa sob a pele, como se algo maior estivesse tentando sair. O coração martela, acelerado, e sinto cada batida como um tambor de guerra.
Ele percebe. Dorian sempre percebe.
— Selene... — O tom é um aviso, mas também é outra coisa. Algo que vibra entre nós e me faz prender o ar.
— Eu não consigo desligar. — Minha voz sai falha, carregada de desespero. — Essa coisa dentro de mim não para. É como se tivesse tomando conta...
Dorian segura meu rosto