CAPÍTULO 16
Mesmo na dor, ela ainda era abrigo.
O sol já havia se posto quando Caio finalmente conseguiu ver Alinna no velório. A capela estava silenciosa, o cheiro de flores invadia o ar pesado, e o luto parecia emoldurar o rosto dela com uma tristeza sem cor.
Ele a avistou sentada ao lado do caixão, as mãos dadas à mãe, os olhos marejados, mas firmes. Quando ela se levantou para receber as condolências de um vizinho, Caio se aproximou e, com delicadeza, segurou sua mão.
— Alinna... — ele murmurou.
Ela o olhou surpresa, mas não se afastou.
— Vem comigo só um instante?
Ela assentiu e o seguiu para o lado de fora, sob uma árvore discreta.
— Eu passei todos esses dias preocupado com você — ele disse, as mãos quentes envolvendo as dela. — Quis estar ao seu lado em cada momento, mas não conseguia te encontrar.
— Não se preocupa, Caio... de verdade. Mas por enquanto... não quero que você fique muito próximo.
— Por quê?
— Porque as pessoas falam. E vão falar. Você tem dezessete, eu tenho v