CAPÍTULO 99
Quando o corpo quer, mas a mente ainda sangra
Alinna se levanta devagar. As mãos deslizam pela beira da poltrona como se precisasse de apoio para o que está prestes a fazer. O olhar dela encontra o de Caio — direto, sem curva, mas com um fundo de urgência que ele não consegue decifrar.
— Vem comigo, Caio… — a voz sai mais baixa que um sussurro, mas carregada de intenção. — Preciso disso agora.
Ele pisca, confuso.
— Claro… — responde sem saber o que exatamente está aceitando.
Ela se afasta em silêncio, caminha até o quarto e volta vestindo apenas um roupão branco, frouxo na cintura, revelando um vislumbre de pele a cada passo. Caio percebe, pelo movimento do tecido, que não há nada por baixo.
Ele se levanta e veste a primeira calça de moletom que encontra. Nenhuma camisa, nada nos pés. O ar frio da madrugada roça a pele exposta e faz o corpo despertar.
Alinna pega as chaves do carro e passa por ele sem explicar. O som metálico do chaveiro balançando quebra o silêncio.
Cai