CAPÍTULO 100
Onde o passado e o presente se encontram no mesmo corpo.
Alinna se aproximou de Caio. Cada passo parecia medido, como se entre eles houvesse uma ponte feita de tempo, dor e desejo. A pele dela brilhava sob a luz, e por um instante, ele esqueceu de respirar. Não era só o corpo — era o peso do momento, a consciência de que qualquer toque poderia quebrá-la ou reconstruí-la.
O ar frio beijava a pele nua sob o roupão aberto, mas era o calor que emanava dos olhos de Caio que a aquecia por dentro. Ela parou diante dele, a respiração acelerada, e ergueu as mãos para segurar o rosto dele.
O toque foi lento. Dedos deslizando pelo contorno da barba curta, sentindo a aspereza, o calor da pele. Os olhos dela procuraram os dele como quem busca um porto seguro. Então, sem palavras, ela o beijou.
Não foi um beijo apressado. Foi lento, molhado, carregado de uma saudade que tinha sabor de primeira vez e peso de reencontro. A respiração dele se misturou à dela, e quando as línguas se enco