CAPÍTULO 29
Quando o silêncio sangra mais que os gritos
O salto alto castigava os pés. O vestido, antes elegante, agora colava ao corpo pelo calor do dia. Alinna entrou no carro e soltou o ar lentamente.
— Que dia, hein, senhorita… — comentou Jarbas com um sorriso simpático. — Onde deseja ir agora?
— Que horas o senhor Eduard costuma sair do escritório?
— Costuma encerrar às 18h. Ele me pediu para deixá-la em casa e buscá-lo depois.
Ela ajeitou os óculos escuros.
— Ótimo. Vamos buscá-lo então. Assim o senhor me mostra onde ele trabalha.
— Claro, senhorita.
O carro cortou a cidade até alcançar o prédio moderno, de fachada espelhada, onde o nome Moreau&Bastien S.A. se destacava em letras douradas. Jarbas apontou com respeito.
— Esse é o coração da empresa, senhorita. Aqui tudo acontece.
Subiram de elevador até o último andar. A recepção era ampla, sofisticada, com aroma de madeira e café. A secretária não estava no balcão. Jarbas apontou discretamente.
— Aquela é a sala dele.
— Me espe