CAPÍTULO 37
Lá Onde a Alma Volta a Respirar
Quando a dor é demais, só a verdade e a água sabem nos salvar.
O vento atravessava as frestas da janela do quarto vazio de Caio. Fazendo a cortina branca dançar com suavidade. O lençol amassado ainda guardava o cheiro dele. O travesseiro… molhado.
Alinna entrou devagar. Os passos descalços não fizeram barulho, mas o coração dela gritava. Caminhou até a cama e se deitou no lado dele. Encostou o rosto na fronha e sentiu — não só o cheiro, mas a lágrima que ele deixara ali.
A dela veio logo depois. E não parou.
O choro tomou forma de soluço. De gemido sufocado. De dor cravada no osso.
No andar de baixo, Jarbas, que fazia um chá na cozinha, escutou. Soltou a xícara, subiu as escadas em disparada.
Passou pela porta entreaberta do quarto de Caio e viu — Alinna encolhida na cama, gemendo como se parisse sua alma.
Ele correu até ela.
— Filha… calma, calma… — disse, sentando ao lado, puxando-a para seus braços. — Seu bebê precisa de você. Não passe e