CAPÍTULO 79
Quando o passado sangra no presente
O carro de Eduard deslizou pela rua silenciosa até parar diante do hotel. As paredes altas e discretas guardavam mais do que hóspedes — guardavam o encontro que ele vinha arquitetando há semanas.
No banco do carona, Alinna olhava para a fachada como quem encara uma sentença. As mãos estavam frias, e ela as esfregava uma na outra sem perceber.
— Vai ser rápido — Eduard disse, a voz controlada, quase dura. — E você vai manter o que combinamos.
Ela assentiu, mas não conseguiu esconder o nó no estômago.
Subiram pelo elevador até o último andar. O corredor era silencioso, o carpete abafando os passos. Eduard bateu duas vezes na porta. Não houve demora.
Caio abriu. Vestia uma camiseta preta simples, o cabelo ligeiramente bagunçado. O olhar que ele lançou para Alinna foi um corte limpo: direto, profundo, inescapável.
— Finalmente — disse, sem sorriso. — Entra.
Eduard entrou primeiro, mas não foi até a mesa. Ficou na sala, de pé, num ponto estr