Alena Petrova
Eu tentava dormir, mas minha cabeça não desligava.
O peso do anel no meu dedo parecia maior do que qualquer joia poderia ser. Não era só ouro. Era confiança, era promessa, era quase um grito de tudo o que Mikhail estava disposto a me dar e a me pedir em troca.
Ele confiava em mim. E, aparentemente, ele não confiava em ninguém. Isso era o que mais me feria. Porque eu não confiava em mim mesma. Não nesse momento. Por isso eu chorei quando ele colocou o anel em meu dedo. Não foi pelo gesto dele — que foi lindo por sinal — mas sim por saber que eu estava prestes a machucá-lo.
Fechei os olhos, mas o rosto daquele homem misterioso me veio à mente. A voz dele, grave, ameaçadora. “Quero a cabeça do Vasiliev.” O eco dessa frase rodava como um mantra maldito. E a imagem da minha mãe, vulnerável, sozinha, presa nesse jogo sujo sem nem saber, me fazia sentir entre a cruz e a espada.
Eu o amava? Estava me apaixonando, sim. Cada vez mais. O jeito que Mikhail me olhava, o toque dele, a