Mikhail Vasiliev
O corredor parecia mais longo do que nunca. Cada passo que eu dava me deixava mais ansioso, como se o coração fosse explodir dentro do peito. Eu estava cansado de tanto silêncio, cansado da distância que criei entre mim e Alena. Por mais magoado que estivesse, eu ainda a amava. Era isso que me impulsionava, o que me fazia chegar mais rápido ao quarto que dividíamos.
A maçaneta deslizou na minha mão e eu empurrei a porta devagar. O cheiro doce do perfume dela estava no ar, e por um segundo, me permiti acreditar que a veria ali, deitada, não no quarto onde disse que sua mãe deveria ser colocada. Talvez fingindo que dormia, ou sentada na cama. Mas a ilusão durou pouco.
O quarto estava arrumado demais. Arrumado e… vazio.
Meus olhos correram rápido pelas prateleiras, pela penteadeira, pelo espaço ao lado do guarda-roupa. As roupas que sempre chamavam minha atenção não estavam mais lá. A mala que ela mantinha guardada debaixo da cama também não. Cada detalhe gritava a ausê