Alena Petrova
Entrei no quarto devagar, com medo de acordá-la. Mamãe já estava deitada, o rosto sereno, mas os olhos abriam e fechavam como se lutassem contra o cansaço. Olga ajeitava os lençóis com aquele cuidado de quem já havia feito aquilo mil vezes, mas ainda assim tratava cada movimento como único.
— Está tudo bem, senhorita Alena? — foi só quando Olga perguntou que me dei conta de que chorei em silêncio, pois senti meu rosto molhado.
Respirei fundo e enxuguei o rosto, piscando algumas vezes e forçando um sorriso.
— Está sim, Olga. — ela claramente não pareceu acreditar muito, mas também não insistiu no assunto. — Está mais confortável agora? — perguntei baixinho à minha mãe.
Ela apenas sorriu, cansada, e fechou os olhos. Sentei na beira da cama e segurei sua mão. A pele estava fria. Passei o polegar devagar pelas veias que desenhavam seu braço, como se esse gesto pudesse ancorá-la aqui comigo.
Olga saiu em silêncio, deixando-nos sozinhas. Mas eu sabia que se precisasse, a qualq