Alena Petrova
Eu não sabia o que pensar. Juro que, por um segundo, cheguei a acreditar que minha visão estava pregando uma peça em mim. Mas não. Era ele. Em carne, osso e com aquele maldito sorriso presunçoso que me fazia perder o ar.
Mikhail estava ali.
Minha mãe, que até então observava a cena, tão tranquila quanto ele, levantou devagar, como se tivesse compreendido algo que nem eu mesma conseguia.
— Com licença, eu vou deixá-los a sós. — Disse. E eu ainda tive a ligeira impressão de vê-la dando uma piscadela para Mikhail.
Eu fiquei sem reação. Apenas pigarreei, tentando engolir a avalanche de emoções que se chocava dentro de mim, e soltei a primeira coisa que me veio à cabeça:
— O que você quer?
Ele ergueu uma sobrancelha, quase divertido com a minha hostilidade.
— Apenas conversar.
A risada escapou da minha garganta antes que eu pudesse impedir. Irônica, quase amarga.
— Conversar? É engraçado você dizer isso, Mikhail, porque foi exatamente o que eu tentei fazer. E adivinha? Você