Mikhail Vasiliev

Quando a porta fechou atrás dela, eu fiquei parado. Esperando. Esperando que ela voltasse, que dissesse alguma coisa, qualquer coisa. Mas o silêncio foi a única resposta.

No fundo, eu já sabia. Ela escolheu a saída mais fácil: ir embora.

E eu não podia culpar Alena por isso. Se fosse eu, talvez tivesse feito o mesmo. Mas reconhecer isso não tornava as coisas mais fáceis. A dor no peito veio como uma porrada, seca, inesperada. Não era raiva. Era pior. Uma sensação de estar vazio, descartado. Como se toda aquela merda que eu carreguei sozinho todos esses anos tivesse se provado certa: que ninguém ficava. Que em algum momento, todos iam embora, todos tacavam o foda-se.

Eu realmente achei que ela e eu… que estávamos no mesmo ponto. Que essa coisa entre nós tinha algum valor. Que valia a pena.

Engano. Eu estava realmente enganado.

Foi melhor assim. Melhor para ela, melhor para mim. Eu precisava acreditar nisso.

Me joguei na poltrona, apoiei os cotovelos nos joelhos e passe