Provando um pouco do próprio veneno.
Nesse instante, o celular dele toca. Ele me encara por um segundo, depois se senta e atende.
— Lola? E papai? — pergunta, olhando diretamente para mim enquanto fala. — Graças a Deus! Onde ele está? Sei, sei onde fica. Está certo. Eu e Marina já estamos indo.
Desliga e segura meu olhar.
— Meu pai está bem agora. Já foi medicado. Ele teve um choque anafilático que causou um colapso cardiorrespiratório. Se não fosse a enfermeira reanimá-lo… se eles não tivessem agido rápido, ele… — respira fundo — ele estaria morto agora. Mas está tudo sob controle. Estão tentando descobrir o que causou o choque… se foi algo que ele comeu ou algum medicamento.
Levo as mãos ao rosto, aliviada.
— Graças a Deus! Preciso avisar à senhora Willians.
Santino segura minha mão, apertando-a com força.
— Não. Eu vou lá e falo com ela. Você precisa relaxar. Tome um banho, descanse um pouco e depois iremos ver papai.
— Está certo. — Assinto, séria.
Observo-o caminhando em direção à cozinha, os ombros caídos, como se