Santino
Relanceio meus olhos em Marina, que caminha ao meu lado com a expressão profundamente pensativa, quase desconectada da realidade ao nosso redor. Seu olhar distante, fixo em algum ponto do corredor, denuncia que sua mente está em conflito, girando em torno de algo que, possivelmente, tenha a ver comigo... conosco.
Ela estava mesmo se lembrando de nós dois? Era isso que ela quis dizer com aquelas palavras carregadas de insinuação? Talvez esteja, sim. Mas não de forma clara, plena, concreta. Sei disso... porque, se ela realmente se recordasse, se tudo viesse à tona em sua mente, Marina não se conteria. Ela me confrontaria, me cobraria, me pressionaria até eu desmoronar diante dela, colocando abaixo essa muralha que construí ao meu redor desde o dia em que...
Aperto a mandíbula, empurrando os pensamentos para o fundo da mente. Não. Ela não se deteria se soubesse. E, tudo aquilo que hoje é só desconforto e tensão, seria também revolta. Revolta por tudo que eu fiz, por como me afast