A noite no porto era fria e cheirava a sal, ferrugem e segredos. Longe da vida pulsante do morro, ali reinava um silêncio industrial, quebrado apenas pelo gemido distante dos navios e pelo uivo do vento entre os contentores empilhados como gigantes adormecidos. Era o cenário perfeito para uma emboscada. Era o tabuleiro escolhido por Isis.
No QG improvisado, montado no andar de cima de um galpão cedido por um aliado, a luz era fraca, e a tensão, palpável. Sobre uma mesa, a planta do frigorífico abandonado estava estendida. Isis, Corvo e Zóio a estudavam como se fosse um texto sagrado.
— A informação do Theo é ouro puro — disse Corvo, apontando para uma das entradas de serviço. — Torres vai usar este acesso. A escolta dele é pequena, mas é de elite. São os cães de guarda pessoais dele.
— E a gente não vai atacar na chegada — A voz de Isis era fria, calculada. O luto ainda vivia nos seus olhos, mas agora ele queimava como combustível, não como veneno. — Isso é o que ele esperaria. Um