A manhã seguinte nasceu diferente. O sol que raiava sobre o Morro da Kerosene não trazia o peso da incerteza, mas a luz de um novo começo. No pequeno barraco na laje, Isis acordou nos braços de Theo. Pela primeira vez em muito tempo, o sono havia sido um refúgio, não uma fuga.
Ele a observava em silêncio, os dedos a desenharem caminhos suaves no seu ombro. As cicatrizes da guerra, visíveis e invisíveis, estavam em ambos. Mas ali, naquele silêncio, eles eram apenas um homem e uma mulher que haviam sobrevivido ao inferno para se encontrarem.
— Eu achei que nunca mais ia ver esse sol. — a voz de Theo era um sussurro rouco, cheio da maravilha de quem ganha uma segunda chance.
Isis se virou para ele, o rosto a poucos centímetros do dele. — O sol aqui sempre nasce, Theo. Às vezes, ele só demora um pouco mais pra aparecer. Mas ele sempre vem.
O beijo que se seguiu não tinha a urgência da batalha, nem a fome da saudade. Tinha o sabor da paz. Um gosto novo, que ambos estavam a aprender a s