O ar no porto estava parado, pesado, carregado com a tensão que precede uma execução. Escondida entre os contentores, a equipe de Isis observava a cena como predadores pacientes. Através das lentes dos binóculos, Isis via cada detalhe: as maletas a serem abertas, revelando o brilho metálico de fuzis novos; o sorriso satisfeito no rosto do Major Bastos; e a postura arrogante e confiante do Tenente Torres, o maestro daquele teatro de corrupção e morte.
Ao seu lado, Mariana não piscava. A luz vermelha da sua câmara era um pequeno ponto de fúria silenciosa, a gravar cada aperto de mão, cada rosto, cada arma. Ela não estava apenas a filmar um crime; estava a documentar a queda de um império.
Pelos rádios, as vozes confirmavam as posições, sussurros na escuridão:
— Corvo na escuta. Alvos na mira. Tenho visão limpa do General e do Major. Só aguardando a ordem.
— Zóio na escuta. Rotas de fuga sob o nosso controlo. Ratoeira tá montada, patroa. Ninguém sai daqui sem a nossa permissão.
O te