O barro da ladeira secava sob o sol das nove da manhã, e as cores das casas pareciam sorrir de novo. No alto do morro, a ONG “Raízes do Morro” já não era só um projeto. Virou refúgio. Virou fôlego. Virou nome falado até no pé da serra, onde antes só ecoava silêncio e abandono. Ali, entre muros grafitados e janelas abertas, a vida acontecia. Theo ainda se surpreendia. Vindo da “missão”, esperava um cenário de medo, tensão, guerra. Mas o que encontrou foi resistência viva, colorida, pulsando no compasso das crianças correndo, das mães na fila com panelões de alumínio, e dos adolescentes criando arte na lateral da quadra. E no centro de tudo… Isis. Caderno de anotações enfiado debaixo do braço, camiseta colada no corpo, e aquela pose de quem manda com amor, mas não aceita desaforo. — “A gente vai pintar os muros da ONG com os nomes das mulheres que criaram esse morro.” — ela disse, no meio da roda de conversa. Theo ouviu, de longe, e sentiu o peito apertar. Ele dava aula. Ela d
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