O ar no QG da Kerosene estava elétrico, denso como a iminência de uma trovoada. O novo cronômetro de 24 horas no celular de Corvo era uma bomba-relógio digital, e cada segundo perdido era um luxo que eles não podiam pagar. A fase de planejamento havia acabado. Agora era a hora dos soldados, dos malandros, dos que não temem a escuridão. Era a hora do morro.
Isis estava de pé no centro da sala, sua presença preenchendo cada canto. O mapa da base militar, antes um objeto de estudo, agora era um campo de batalha na sua mente. Ela não era mais a mulher em luto — era a general do seu próprio exército, movida por uma fúria fria e um amor que se recusava a ser prisioneiro.
— O tempo mudou. O plano também. — A voz dela era um comando, sem espaço para hesitação. — A distração acontece em vinte minutos. Zóio, Mão, vocês já sabem a fita. Façam barulho, mas barulho inteligente. Puxem a atenção deles pro norte como se o mundo estivesse acabando ali.
Zóio bateu o punho fechado contra o peito.
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