As 48 horas no cronômetro do celular descartável de Corvo pareciam correr mais rápido que o tempo do mundo real. Cada segundo que passava era um grão de areia a menos na ampulheta da vida de Theo. No QG do Complexo da Kerosene, o cheiro de café requentado se misturava à fumaça e ao suor. A festa da véspera era uma memória distante; agora, a atmosfera era de guerra iminente.

Isis, de pé, dominava a sala. Seus olhos percorriam o mapa da base militar, um labirinto de concreto e arame farpado que ela precisava desvendar. Sua mente, antes turva pela dor e pela raiva, agora era uma navalha afiada. A verdade sobre Theo não a havia quebrado; pelo contrário, a havia reconstruído com um propósito de aço.

— Zóio, Mão, a distração é de vocês. — A voz dela era baixa, mas ecoava com autoridade. — Quero um caos controlado no portão norte da base. Um caminhão quebrado, uma briga de trânsito forjada, qualquer coisa que puxe a atenção dos guardas de perímetro por pelo menos dez minutos. Sem tiro, sem