O barraco de Isis estava cheio. Cheio de gente, de risadas, de pratos coloridos e copos erguidos. A noite caía no morro como um cobertor quente, e a comunidade celebrava como quem respira fundo depois de muito tempo preso debaixo d'água.
As luzes improvisadas penduradas no teto davam um brilho amarelado ao ambiente. O cheiro de carne assada e bolo de milho misturava com perfume barato e desodorante vencido. Era festa verdadeira. Era família.
Theo estava sentado ao lado de Bê, rindo das piadas de Doquinha, enquanto Barril explicava, com uma empolgação cínica, o novo projeto da escolinha de boxe que queria montar no campinho da esquina.
— Vai ter aula todo dia! De manhã, de tarde... E se bobear, de noite também! — ele dizia, arrancando gargalhadas.
Isis observava tudo encostada na porta do quarto, com uma cerveja na mão. O olhar varria o ambiente como quem verifica se o coração está batendo direito. E estava.
Neumitcha atravessava o salão com um pratão equilibrado na mão e a voz al