Vitório ainda fitava o corredor por onde Sarah havia desaparecido quando Matteo se aproximou com as mãos nos bolsos e um meio sorriso carregado de admiração e incredulidade.
— E você foi o sortudo — disse ele, balançando a cabeça.Vitório virou lentamente o rosto, arqueando uma sobrancelha.— O sortudo ou o azarado?Matteo deu uma risada seca, mas sincera.— O sortudo. Porque foi você que salvou ela… mas, ao que tudo indica, é ela que está te salvando. Desde o momento em que ela te olhou… ela te virou do avesso.Vitório estreitou os olhos, pensativo.— Ela me desafiou. E continua desafiando.— Não só você — Matteo acrescentou, sério agora. — Ela desafiou todos nós. Você lembra do olhar dela?Vitório assentiu devagar, quase num sussurro.— Eu lembro.— Ela não olhou com medo, Vitório. Ela olhou com ódio. Com raiva de tudo aquilo. De Terenzi. Daquele leilão. Dos homens que a cercavam. El