O Presságio da Cigana
O sol ainda não havia se erguido por completo quando Sarah se inclinou sobre o marido. A luz tênue da manhã atravessava as cortinas pesadas do quarto, desenhando reflexos dourados no lençol amassado. O Don, ainda adormecido, respirava profundamente, mas Sarah, com a delicadeza de quem guarda um segredo, pousou os lábios nos dele, suaves, demorados, como se o quisesse chamar de volta ao mundo.— Acorda, meu Don… — sussurrou, o hálito quente e doce acariciando-lhe o rosto. — Hoje eu preciso cuidar de você antes que o dia comece. Preciso te dar banho, te alimentar com amor, e te preparar para o que virá.Vitório abriu lentamente os olhos. Por um instante, o semblante endurecido do chefe da máfia deu lugar a uma expressão de homem comum, apenas um homem diante da mulher que o desarmava.— Sempre você e suas previsões, cigana… — murmurou, a voz rouca da madrugada. — Já me acorda falando de futuro. E agora vem me dizer que o dia tr