Sarah respirou fundo, apoiando os cotovelos sobre a mesa e entrelaçando os dedos.
— O Baran sempre foi protetor… desde criança. E agora, meu Don, o que ele está fazendo é porque ele carrega um peso. Ele não pôde me salvar do sequestro. Isso, para um cigano, é uma ferida que não cicatriza. Então agora… ele se sente responsável. Por mim… e, como você é meu marido, por você também.Vitório inclinou a cabeça, curioso.— Quantos anos ele tem?— Vinte — respondeu ela, sem hesitar.O Don estreitou os olhos, surpreso.— Vinte… e essa maturidade toda?Sarah sorriu de lado.— Nós temos que amadurecer cedo, meu Don. Desde pequenos, aprendemos que o mundo não vai ser gentil conosco. Então crescemos observando, defendendo, negociando… e, acima de tudo, cuidando uns dos outros.Ela passou a mão pelos próprios cabelos, como se puxasse lembranças de longe.— O Baran aprendeu a atirar antes de completar quinze anos. Sabe manejar facas