Baran respirou fundo, mantendo o tom firme e decidido:

— Em primeiro lugar… eu já tinha decidido ficar pelas minhas irmãs. E já que estou recebendo um trabalho, é a forma que eu tenho de treinar para defender também os meus. Vocês são minha família agora… então não se preocupem. Os ciganos são a família de vocês, e vocês são a família dos ciganos.

Ele olhou diretamente para o Don.

— Se um cigano está ficando aqui com vocês, é porque duas ciganas estão. A minha irmã, Helena, quer ficar porque quer estudar medicina. É só o que eu peço… que o senhor pague a faculdade para ela. Pode descontar do meu salário, mas eu quero que ela estude. Ela tem vontade, tem o dom, e vai ser útil para todos nós.

Vitório manteve o olhar fixo, avaliando cada palavra.

— Por elas, eu faço qualquer coisa — continuou Baran. — Os meus pais… eles vão e vêm. E por onde passarem, serão os nossos olhos. Ninguém vai suspeitar. Eles trarão informações e manterão a família segura.