Sarah levantou-se da mesa com a serenidade de quem já havia tomado sua decisão. O café ainda pairava no ar, misturado com o cheiro de tabaco dos homens que permaneciam ali, mas a atmosfera parecia pesada, carregada de coisas não ditas.
— Agora eu vou conversar com o seu pai — disse, olhando diretamente para Vitório.
Ele arqueou uma sobrancelha, a expressão endurecida.
— Você é a única que tem paciência para isso, cigana.
Sarah suspirou, mas não com impaciência; era um suspiro de quem carrega verdades.
— Não é paciência, Don. É respeito. Vocês precisam aprender a olhar para ele além da figura do homem frio que conhecem.
Mateu riu de canto, um tanto amargo.
— Respeito? Ele nunca nos deu isso, Sarah. Crescemos sob os gritos dele.
Ela virou-se para ele, os olhos verdes faiscando como lâminas afiadas.
— E vocês preferiram ter raiva dele a conhecer a história dele. Vocês acham que ele não passou pelo mesmo que vocês pa