Sarah ergueu os olhos verdes para Enzo, que permanecia calado, mas a tensão em sua postura denunciava a resistência. Ela se inclinou um pouco para frente, a voz baixa, mas firme, carregada de convicção:
— Enzo, você não é filho dele. — disse de forma direta, como quem arranca uma máscara de uma vez. — Você é filho da irmã da esposa dele. Nem o sangue dele você tem correndo nas suas veias.
O silêncio que se seguiu foi sufocante. Mateu franziu a testa, e Vitório arregalou os olhos, mas não interrompeu.
— Mas quando os seus pais foram mortos — Sarah continuou, a voz firme como um aço que não se dobra — ele não virou as costas para você. Ele te trouxe para dentro de casa. Criou você como filho. Colocou o mesmo pão na mesa, o mesmo peso da mão, o mesmo treinamento que deu a Vitório e a Mateu, deu a você também.
Enzo desviou o olhar, tentando esconder a emoção que se formava em sua garganta.
— Ele não fez diferença entre vocês. — Sara