Baran caminhou firme até a carroça onde os pais estavam. Enzo o acompanhava em silêncio, respeitando o momento. Ao chegar, parou diante do pai, um homem de olhos profundos, marcados pelo tempo e pelas estradas da vida errante.
— Pai, — começou Baran, com a voz carregada de solenidade. — Eu fui convidado pelo Don Vitório para ser o subcapo do Capo Enzo. A partir de hoje, caminharei ao lado deles. Como não poderei estar aqui, peço ao senhor que fique. O senhor e a mamãe serão os nossos olhos e ouvidos. Sempre que souberem de algo, mandem notícias. Nós só confiamos em família, e agora eles também são a nossa família.O cigano o fitou em silêncio por alguns segundos, como se pesasse o coração do filho. Então assentiu, com a firmeza de quem carrega a honra nas veias.— Pode ir, filho. A tua mãe já disse: nós vamos permanecer aqui por dois anos.Baran arregalou os olhos.— Dois anos, pai? Se o vento nunca deixa um cigano parado?O pai sorriu com