São Paulo|Brasil
ISABELLA
O estúdio estava iluminado de forma impecável. Cadeiras posicionadas em ângulo, maquiagem retocada, câmeras ajustadas. Tudo do jeito que eu pedi. Afinal, se era para dar entrevista, que fosse memorável. Que me vissem como uma mulher renovada. Não como a ex que foi esquecida ou a mãe que sumiu.
Eu precisava que o Brasil me enxergasse com outros olhos.
A produtora se aproxima.
— Vamos entrar no ar em cinco minutos, senhora Ferraz. Tudo certo?
Assenti com a cabeça, sem sorrir. Não era hora de simpatia. Era hora de controle.
Enquanto o maquiador dava os últimos retoques, olhei para meu reflexo no espelho. Cabelos impecáveis, roupa clara, semblante contido. Estava vestida como uma mulher que superou, como uma mãe que lutava pelo que era seu por direito. E, mais do que tudo, como alguém pronta para jogar o jogo mais perigoso da minha vida.
Porque era isso que era agora: um jogo.
Respirei fundo, lembrando das orientações do meu advogado:
“Mostre-se emocionalmente e