SOFIA
A sentença provisória saiu três dias depois da audiência.
Foram horas de espera angustiante. Horas em que cada segundo parecia um golpe surdo no peito. Quando finalmente chegou, a leitura da decisão foi como ouvir o próprio chão se partindo sob nossos pés.
A juíza autorizou visitas monitoradas para Isabella.
Uma hora por semana. Em ambiente controlado.
O argumento: direito materno, laço biológico, chance de reestruturação afetiva.
Na prática? Meu coração em pedaços. O medo escorrendo pelas minhas veias.
Eduardo estava sentado ao meu lado quando a advogada nos contou. Primeiro, ficou imóvel. Depois, de repente, sua mão atingiu o copo que estava na mesa. O vidro explodiu no chão, estilhaçando-se como a nossa esperança de que Isabella desaparecesse para sempre de nossas vidas.
— Isso é uma piada. Uma piada de mau gosto! — ele gritou, a voz rouca de raiva e desespero.
Eu fechei os olhos por um momento, lutando para manter a calma. Para não deixar o pânico me engolir viva.