SOFIA
A mensagem chegou às 3h47 da madrugada.
A luz da tela piscou como um raio em noite sem lua, rasgando o quarto em silêncio. Eu já não dormia — não de verdade. Era aquele estado de alerta disfarçado de sono, o tipo de descanso que o medo concede em migalhas. Ao meu lado, Eduardo respirava pesado, o braço ainda envolto na minha cintura como se, mesmo dormindo, quisesse me manter por perto. O maxilar travado denunciava que ele também sonhava em guerra.
Peguei o celular com cuidado. A notificação tremia como um aviso divino.
Remetente: Marina.
Assunto: Você precisa ver isso.
O coração martelou no meu peito como se já soubesse o impacto do que viria. Meus dedos tremiam. Cliquei no anexo. E o mundo, por um instante, saiu do eixo.
— Eduardo — chamei, a voz baixa, mas cortante como navalha.
Ele abriu os olhos de súbito, despertando com a expressão de quem já esperava um desastre. Sentou-se num pulo, os olhos famintos de urgência.
— O que foi?
Virei a tela devagar, como se expusesse uma a