SOFIA
Os nomes estavam anotados num pedaço de papel quase insignificante, mas que pesava como chumbo dentro da minha bolsa. Dobrado quatro vezes, escondido no forro, ele era mais valioso que qualquer contrato, qualquer sentença. Eram nomes escolhidos com precisão cirúrgica. Gente que sobreviveu à sujeira do sistema e saiu com cicatrizes, mas não com as mãos sujas.
Eduardo listou cada um deles com a frieza de um estrategista em campo de guerra: um ex-colega da diretoria da Ferraz Group — demitido, silenciado, mas não derrotado; um jornalista investigativo que colecionava inimigos poderosos e processos engavetados; e uma advogada criminalista, feroz, que tinha enfrentado conglomerados inteiros sem piscar.
Nosso plano era uma corda bamba armada sobre o abismo. E o vento soprava forte.
— Se o Victor estiver envolvido com algo mais podre do que já sabemos… — Eduardo disse, com o olhar perdido na escuridão da janela. — Ele não vai cair com um empurrão. Vamos ter que arrancar ele da lama com