Capítulo 6
Fênix Souza
Já escureceu e eu nem percebi. O tempo pareceu escapar pelos meus dedos como areia fina. Levanto-me devagar, sentindo o bumbum dolorido de tantas horas sentada, com a vista cansada de tanto forçar os olhos sobre páginas antigas e amareladas. Eu me debrucei sobre cada linha dos livros sagrados, pergaminhos e registros que herdei do templo, mas... nada. Nenhuma pista sobre a maldição hereditária. Nenhum indício de como quebrar o ciclo que assombra gerações inteiras.
Com um suspiro pesado, fecho o último tomo e passo a mão pela lombada gasta. Meu corpo reclama. Vou até a lareira e empilho algumas lenhas, sentindo a aspereza da madeira nas mãos. Um estalar seco antecede o estalo do fogo quando concentro meu poder, e logo as chamas ganham vida. O crepitar preenche o silêncio da casa, quase como uma melodia. O calor vai se espalhando pelo ambiente, e por um instante sinto-me acolhida.
Mas não é o suficiente. Meu corpo precisa de descanso, de alívio. Preciso de um banh