“Às vezes, não somos nós que encontramos a brecha. É o próprio alvo que abre a porta — e espera que entremos.” Entrei na sede da Polícia Federal com a sensação incômoda de que nada, a partir daquele dia, seria simples. O prédio seguia o mesmo de sempre — concreto, vidro, corredores longos e vozes abafadas —, mas eu estava diferente. Carregava uma informação que podia mudar completamente o rumo da investigação. E, se mal conduzida, colocar todos nós em risco. Passei pela recepção, cumprimentei alguns agentes no caminho e segui direto para a sala de reuniões da equipe especial. Eles já estavam lá quando cheguei. Dr. Nilo organizava alguns documentos sobre a mesa, óculos apoiados na ponta do nariz, expressão concentrada. Carla estava sentada à esquerda, tablet em mãos. Jorge encostado na parede, braços cruzados, observando tudo em silêncio. Mais dois agentes da inteligência completavam o grupo. — Bom dia — eu disse, fechando a porta atrás de mim. — Pelo seu semblante, não é só mai
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