Três dias depois, o Norte parecia outro país.A lua — inteira, como um olho curado — pairava sobre as montanhas, e a neve caía serena, sem pressa.Os lobos rondavam as aldeias em círculos perfeitos, não para caçar, mas para vigiar.As crianças, que antes choravam com qualquer sopro de vento, agora riam quando a neve pousava nos cílios.E, ainda assim, ninguém ousava falar alto.O Santuário da Geada dormia fechado como uma lâmina guardada.Seu brilho branco, antes feroz, tornara-se um lume calmo, pulsando de tempos em tempos — como se respirasse em intervalos.O Norte dizia que esse era o batimento do coração da própria terra.Erynn sabia: eram dois.Ronan cavalgou sozinho até o desfiladeiro na manhã do quarto dia.Desmontou antes do último lance de rocha e foi a pé, deixando pegadas retas no gelo.Parou a dois passos do anel translúcido e retirou o capuz.— Alfa — disse baixo, como quem fala diante de um túmulo que ainda escuta —, mantemos as vigias, como ordenaste.Olhou em volta, o
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